Na beira da praia, o garotinho soluçava ... E, entre as lágrimas que lhe escorriam pelo rosto, êle chorava copiosamente, vendo o seu barquinho de papel afastar-se cada vez mais da areia, depois que arrebentara a linha que o prendia à sua mão ...
O seu primeiro ímpeto foi de entrar na água e apanhar o barquinho, mas o vento já o afastara muito da areia ...
E alguém lembrou de se arranjar alguma vara de pesca bem comprida que pudesse também ser usada com esse fim, mas não havia ninguém pescando por ali ...
E então uma bóia, alguém lembrou ... Mas também não havia ninguém com uma bóia naquela praia ...
Muitos opinavam, mas nenhuma solução aparecia ... E enquanto se formava já um grupo de pessoas curiosas na beirada da água, o garotinho se afastou e em pouco tempo voltou com as mãos em concha e cheias de pedrinhas ...
E alguém lhe perguntou:
- "Mas você vai jogar pedras no barquinho? ... Isso não vai dar certo! ... Se alguma pedra acertar nele, êle vai afundar ...", ao que o menino respondeu:
- "Eu não vou jogar pedras no barquinho, não! ... Eu vou jogar as pedras para que elas caiam no mar, depois de onde está o barquinho e, assim, façam ondas que o empurrem de volta para a praia ...", e essa foi uma grande lição que eu aprendi com essa estória:
- Não basta chorar e nem contar com o vento para trazer de volta alguma coisa que se espera ...
É preciso ajudar ...
Nem que seja com algumas pedrinhas! ...